Hoje, comemora-se o aniversário de nascimento de Sigmund Freud, conhecido como “o pai da psicanálise”. Em homenagem a ele, o Grupo de Estudos Relendo Freud, da SBPRP, escreveu um texto relembrando sua trajetória.

Imagem: reprodução

Quando fomos convidados a escrever sobre Sigmund Freud, tivemos que nos deparar com nossa pequenez para depois escrever algo sobre este grande homem.

Ernest Jones, biógrafo de sua história, nos acompanha na trajetória da construção do analista Freud.

Sigmund Freud nasceu às 18:30 horas do dia 06 de maio de 1856, em Freiberg, na Morávia, e morreu em 23 de setembro de 1939, em Londres. Com um pai que viveu até os 81 anos e uma mãe até os 95, Freud talvez estaria destinado a uma longa vida, caso não tivesse sido acometido pelo câncer.

Do pai, Freud herdou o senso de humor, o contundente ceticismo em relação às vicissitudes inconstantes da vida, o costume de indicar uma moral com a citação de uma história judaica, o liberalismo e o livre pensamento. De sua mãe proveio segundo ele, seu “sentimentalismo”.

Josef Breuer foi para ele, durante muitos anos, um importante personagem – o homem que o conduziu ao longo do caminho para a psicanálise. No ano de 1897, o encanto começou a quebrar-se e Freud empreendeu seu feito mais heroico: uma psicanálise de seu próprio inconsciente.

Em tais circunstâncias, Freud não poderia ter almejado outra recompensa que não a satisfação da imperiosa necessidade. E foi preciso muito tempo para isso se aproximar, com exceção de uma “indescritível sensação de beleza intelectual” que as revelações ocasionalmente permitiam. Na verdade, por três ou quatro anos a dependência e o sofrimento neurótico aumentaram de intensidade. Mas chegou o momento em que ele aprendeu que: suportar as verdades nuas e encarar os acontecimentos com calma, eis o máximo da soberania. O fim de todo esse trabalho e sofrimento foi a última e derradeira fase na evolução da personalidade de Freud. Aí então emergiu o sereno e compassivo Freud, livre daí pra frente, para prosseguir seu trabalho com imperturbável serenidade.

Recordando a frase de Freud: ”Sempre acho estranho quando não consigo entender alguém em termos de mim mesmo”. Era uma razão a mais para desejar se conhecer  completamente.

A interpretação dos sonhos e sua crescente consideração da sexualidade infantil estão intimamente ligados com sua autoanálise. Seu desenvolvimento intelectual foi precoce, mas o lado emocional da sua vida, que despertou tarde, demorou a alcançar a estabilidade. No entanto, depois desse instante encontramos um ser muito diferente do homem perturbado e angustiado que tivera que abrir seu caminho lutando contra dificuldades internas e externas.

Freud tinha duas qualidades muito mais raras: uma imaginação criativa que, uma vez libertada da severa disciplina de sua formação acadêmica, levou-o aos remotos confins do pensamento; e uma notável coragem que, quando combinada com sua absoluta integridade, habilitou-o a subjugar os fantasmas que se ocultavam nas profundezas, onde nenhum ser humano antes ousara aventurar-se.

Grupo de Estudos: Relendo Freud da SBPRP