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No dia 08 de outubro será realizado o próximo Terças na Sociedade. Mércia Maranhão Fagundes irá falar sobre o tema “O analista como ele é: o ódio na contratransferência”.

Inscrições gratuitas pelo site:

https://www.sbprp.org.br/site/eventos_show.php?id=75

O ÓDIO NA CONTRATRANSFERÊNCIA

D. W. WINNICOTT (1947)

Antes de falar sobre o texto a ser apresentado no Terças na Sociedade no mês de outubro, gostaríamos de fazer uma breve introdução ao tema da contratransferência e de como foi incorporado à teoria Psicanalítica.

Os sentimentos do analista na relação com seu paciente foram observados com muita reserva por Freud, desde os primórdios da Psicanálise até os anos 50:  a contratransferência seria um obstáculo ao tratamento. Enquanto a transferência foi colocada como uma importante ferramenta para o acesso aos conteúdos inconscientes dos analisandos, a contratransferência ficou por décadas na periferia da teoria e técnica psicanalítica. Paula Heimann, em 1949, com a apresentação de seu artigo “Contratransferência”, coloca no centro da cena este tema tão controvertido, apresentando a ideia de que os sentimentos do analista seriam um valioso instrumento de investigação do inconsciente do paciente.

Winnicott (1947), ao escrever sobre o ódio na contratransferência, abre a conversa sobre um tema polêmico, em um momento em que a contratransferência estava voltando a ser discutida. Como é possível ao analista sentir ódio do seu paciente e, mais além disso, pensar em falar sobre esta emoção com ele no futuro, em um momento adequado? Para este autor, a análise de pacientes psicóticos envolve uma carga emocional muito pesada e esta análise só é possível quando o analista tem consciência deste ódio. Para isto deve ser profundamente analisado, fazendo contato com o que existe de primitivo em si mesmo. No que diz respeito ao analisando, Winnicott sugere que este só pode reconhecer no analista emoções que ele mesmo é capaz de sentir.  Se nas vivências do paciente psicótico o ódio é tão presente, só poderá tolerar sentir esta emoção pelo analista se este puder odiá-lo.

Convidamos você para ouvir a apresentação destas e de outras ideias de Winnicott, neste texto, pela psicanalista Mércia Fagundes, no dia 08 de outubro, às 20:00 horas, na sede da SBPRP. Até lá!