texto por Guiomar Papa de Morais, coordenadora da
Comissão Científica da V Bienal
O título da mesa, que ocorrerá na II parte da V Bienal, foi literalmente pinçado da obra de uma de nossas convidadas, Caterina Koltai, e nos inspira a ampliar nosso pensamento para lidar com a complexidade dessa temática. Na ocasião do convite, ela respondeu de maneira verdadeira e tocante, ancorada na própria biografia: “aceito, sim, com o maior prazer, é um tema no qual me sinto implicada e do qual não tenho como fugir”.
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Contudo, o inesperado aconteceu, como temos convivido diuturnamente com ele, desde o início da pandemia… Caterina não se restabeleceu completamente de uma longa internação, e a tempo de estar conosco para compartilhar sua rica experiência na mesa da próxima sexta, dia 5 de fevereiro.
Este instigante tema será aberto pelo documentário “A linguagem do coração”, da cineasta Silvana Nutti, que nos apresentará seu olhar sensível das íntimas e intrincadas relações que os refugiados tecem com a nova cultura, com o novo lugar, ou com o não-lugar, e consigo mesmos. Faz-se visível o profundo impacto e o significado íntimo e pessoal que a mudança e o afrouxamento, ou mesmo a quebra de suas raízes provocam na vida destas pessoas. “A Linguagem do Coração” nos mostra uma fresta por onde os estrangeiros adentram ao nosso mundo.
Contaremos com Miriam Debieux Rosa, que tem um intenso trabalho dedicado ao tema. É psicanalista, professora Associada do Programa de Psicologia Clínica da USP, onde coordena o Laboratório Psicanálise, Sociedade e Política e o Grupo Veredas: psicanálise e imigração. Miriam articula o pensamento psicanalítico, que para muitos deve estar circunscrito ao consultório – o privado, e o leva à esfera social – o público, e propõe uma Psicanálise implicada como tem sido chamada por ela. Além da clínica do tratamento individual, como o âmbito social pode igualmente ser campo para a Psicanálise?
Estas e outras instigantes perguntas são para pensar as questões pertinentes à nossa proposta da V Bienal, lembrando a interface entre Cultura e Psicanálise contida na concepção do evento.
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