por Daniel Rodrigues de Freitas, Médico Psiquiatra e membro filiado ao Instituto da SBPRP. Em homenagem ao início das atividades letivas do Instituto, trazemos um texto poético sobre O Estudo do Sujeito. Saboreiem.

por Daniel Rodrigues de Freitas – Médico Psiquiatra e
membro
filiado ao Instituto de Psicanálise da SBPRP

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Andava pela vida com um alto grau de indeterminação do sujeito. Vivia, se é que pode-se chamar de vida, muito afeito a partícula “se” de indeterminação do sujeito. Se fosse isso, se tivesse aquilo, se acontecesse… muito intransitivo e, ao mesmo tempo, dependente de complemento. Leis, regras, pré-conceitos eram as grandes avenidas. Afeito às generalizações, não tinha tempo para ruelas e travessas. Já repararam que as leis são escritas com sujeito oculto? “Não se acorda alguém que está sonhando”. Nessa frase, o sujeito é indeterminado e muito gentil. Mas às vezes é importante contrariar o sujeito. Sem querer atrapalhar o verbo de ninguém, nem mitigar a importância do sonho, uma hora é preciso finalmente acordar. Só queria ser um sujeito simples, agora consegue querer fazer parte de algo mais composto. Quando vai estudar português, sua alma lembra que ele não serve para caber nas palavras, elas sempre lhe dizem outras coisas e o levam para outros lugares… gramática de psicanalista.

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