No dia 12 de abril, às 20h, acontecerá o próximo Terças na Sociedade. Desta vez estaremos juntos com a psicanalista, membro efetivo com funções didáticas da SBPRP, Maria Bernadete Amêndola Contart de Assis, que falará sobre o tema “Nascer e crescer na pandemia: crianças e adolescentes”.
O encontro on-line acontecerá pela plataforma Zoom. Garanta a sua vaga pelo site:
https://sbprp.org.br/proximos-eventos/
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Nascer e crescer na pandemia: crianças e adolescentes
por Maria Bernadete Amêndola Contart de Assis
“It’s no small thing when all together we feel the daily bread in danger, no small thing when for other causes than that we also feel our existence to be fragile.” (Van Gogh, em Cartas a Theo)
Essa frase de Van Gogh expressa bem sentimentos presentes em nós durante a pandemia. Sentimos, todos juntos, nosso “pão de cada dia” ameaçado. Sentimos, todos juntos, a fragilidade de nossa existência. O “pão de cada dia” remete à rotina, aquela que nos alimenta e nos reassegura diante dos movimentos imprevisíveis da vida. Não é pouco, para nosso coração, sentirmos uma ameaça à continuidade de nosso cotidiano. Também não é pouco para o nosso coração entrarmos em contato com a realidade de que somos seres vulneráveis, constituídos por um desamparo existencial. Estivemos/estamos assustados.
Quais as implicações desse estado emocional dos adultos para as crianças e adolescentes que dependem de nós, que contam com nossa segurança e nossa proteção? O que significa para uma criança nascer e crescer em um ambiente em que as tensões estão intensificadas? Quais os prejuízos e os benefícios que podemos imaginar que essa experiência produz?
A contribuição da Psicanálise para nos ajudar a pensar essa situação pode vir das colocações de Bion sobre a condição humana de se sustentar nas turbulências: criar a partir delas, evitar sucumbir a elas. A rigor, o novo se apresenta a cada momento e nos provoca movimentos adaptativos. Mas também, o novo nos assusta, pois o período de travessia entre o ponto de onde saímos e o ponto em que ainda não chegamos é onde se encontra a turbulência e o medo de ser tragado por ela.
Como aproveitaremos a experiência da pandemia para nosso desenvolvimento? Que marcas ficarão nas crianças? Que aprendizagens virão? Outra frase de Van Gogh, da mesma fonte – Cartas a Theo – nos inspira a pensar nessa direção: “I don’t know the future, Theo – but – I do know the eternal law that everything changes.”
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