O primeiro encontro do Cinema & Psicanálise de Sertãozinho acontecerá no próximo dia 30 de abril, na Casa da Cultura de Sertãozinho – Rua Expedicionário Lellis, 1500. Neste encontro presencial, será exibido o filme “A Filha Perdida”, com os comentários de Edna S. Magro, Membro Filiado da SBPRP e coordenação de Ana Rita N. Pontes.
Evento presencial gratuito. Inscreva-se! Vagas limitadas: https://sbprp.org.br/proximos-eventos/

A Filha Perdida
por Edna S. Magro
“O intelecto é obrigado a procurar
Ou na vida ou na obra a perfeição.
Se na obra, terá de recusar,
O céu e se danar na escuridão.
No fim da história, o que se irá contar?
A marca do esforço, fecundo ou não:
O velho estupor, a bolsa vazia,
Remorso à noite, a vaidade.”
– YEATS. A escolha.
Nossas escolhas na vida vão nos levando a caminhos ora belos, ora tortuosos por demais e somos abatidos pela culpa de referidas escolhas.
Ser mãe? Ser profissional? Buscar e realizar sonhos? Ou, mais ainda, em qual momento? O “amor incondicional” na maternidade, existe ou é uma imposição social e cultural?
Existe um peso cultural nas responsabilidades de mãe: deve cuidar, amar incondicionalmente o filho, esquecer sua própria humanidade, seus sonhos em prol da cria e se abnegar em perpétuo contentamento.
Muitas vezes, uma imposição que nos coloca diante de regras a serem cumpridas, pois, se assim não o for, nos deparamos com a falta do apoio coletivo diante de uma experiência importante e pontual na vida de uma mulher.
“A filha perdida” é um discorrer intrínseco sobre a maternidade e isso não nos deixa julgar as atitudes da protagonista do filme.
Nos colocar como telespectadores dessa magnífica obra de Elena Ferrante, é um exercício de empatia e chance única de se fazer compreender ou pelo menos tentar entender a dualidade humana.
Uma das grandes qualidades de “A filha perdida”, se encontra na maneira como a diretora vincula, a um só tempo, uma tragédia pessoal a uma organização social que é causa primeira da infelicidade que pode atingir grande parte da humanidade. A diretora Maggie Gyllenhaal, no filme, vai esclarecendo o universo do mundo materno e apresenta a complexidade do feminino: á vezes um lugar infinito de extrema beleza e ternura; em outras um lugar escuro e assustador e às vezes tudo ao mesmo tempo, sinalizando assim, a ambivalência da maternidade.
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