No próximo dia 14, o Terças na Sociedade irá realizar o primeiro Semeando a Psicanálise e Clinicando do ano de 2017. O tema será “Impasse no atendimento psicanalítico” com comentários de Maria Aparecida G. G. B. Pelissari, membro efetivo da SBPRP.

Deixamos aqui um comentário da palestrante sobre o tema:

Fenômeno técnico/clínico do processo analítico clínico, complexo e de difícil definição, o termo impasse é encontrado mais comumente na literatura psicanalítica francesa dos últimos tempos. Mostardeiro, 1974, descreve que “impasse é toda situação suficientemente duradoura, na qual os objetivos do trabalho analítico pareçam não ser atingíveis, embora se mantenha conservada a situação analítica ‘standart’” (1991, p. 80). Zimerman, 1999, define que “impasse é tudo aquilo que parece ser mas não é” (1999, p. 325).

Observamos impasses no processo analítico quando nos deparamos com certos fenômenos aparentemente esperados e comuns, tais como: estagnação, paralisação, breves rupturas e/ou reação terapêutica negativa, que dificultam a capacidade de pensar e de ter experiências emocionais e consequentemente perturba o desenvolvimento da dupla analista/analisando e o trabalho analítico.

O impasse psicanalítico é um fenômeno diretamente vinculado à dupla analista/analisando e, assim,  associado às vicissitudes intrínsecas ao par. Em sua dinâmica, pode ser identificado a partir dos fenômenos da transferência e da contratransferência  e dos conceitos de insight e setting. Não há uma fonte e/ou causa única no surgimento dos impasses, eles podem surgir a partir de diversas fontes e inúmeras causas e, assim, apresentam-se de várias formas. Em sua diversidade e complexidade, a presença de impasse requer do analista uma atenção especial para a necessidade constante de manejo da técnica.