Nesta sexta-feira, a psicanalista e membro filiado da SBPRP, Raquel Siminati, irá apresentar o filme “A Garota Dinamarquesa” (2016), do diretor Tom Hooper.
O filme conta a história real de Einar, a primeira pessoa a se submeter a uma cirurgia de mudança de gênero no mundo, por volta de 1923-25. O tema é atual em nosso cotidiano devido às mudanças culturais e psicológicas no tocante à sexualidade, enquanto identidade de gênero. E a medicina tem acompanhado essas mudanças e desenvolvido técnicas cirúrgicas para mudança de sexo.
Dirigido por Tom Hooper, o filme foi adaptado do livro de grande sucesso do autor David Ebershoff. Sendo assim, “A Garota Dinamarquesa” é uma ficção baseada na história real do casal de pintores – Einar e Gerda. “Na vida real, sua saga foi mais intensa”, diz a crítica.
Einar nasceu na Dinamarca. Seu nome de registro era Mogens Einar Wegener e se identificou a maior parte da sua vida com o nome do gênero masculino. Porém, desde que iniciou o processo de transformação, escolheu ser identificada por Lili Elbe.
Einer foi um pintor de grande sucesso e é ate hoje representado no museu de arte de Vejle, lugar onde nasceu e o qual inspirou muitos de seus quadros de paisagens.
Confira um breve comentário de Raquel Siminati sobre o filme:
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“A Garota Dinamarquesa” é um filme muito fértil por tratar de questões muito comuns em nosso cotidiano, retrata conflitos que aparecem com frequência em nossos consultórios de psicanálise. Meu olhar para o filme vai percorrer um caminho que acompanha a vida do casal de pintores, que vivia bem, porém se deparou com algumas frustrações de muitos outros casais, como o fato de não conseguir ter filhos.
Outras questões enriquecerão nossa conversa como a competição na realização profissional, que acaba afetando diretamente a vida a dois. Ambos passam a sofrer conflitos individuais e na relação conjugal. Surgem crises existenciais, de identidade e profissional. Eles acabam sofrendo perturbações na busca dessa satisfação e realização. Esse conteúdo também será interessante para nossa discussão, isto é, o que satisfaz o ser humano? Por que vivemos numa desenfreada busca por satisfações, porém é tão comum vivermos insatisfeitos? O que falta? Como lidar com os inevitáveis limites?
E por fim, o filme vai mostrar a dor desse casal no processo de transformação do nosso personagem principal, Einar Wegener, em Lili Elbe. Esse assunto, com reflexões em torno do gênero e questões atualíssimas, vem a ser o enfoque principal do filme.
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