Neste mês de março, comemora-se o aniversário de nascimento de Melanie Klein, ocorrido no ano de 1882, em Viena. Por isso, deixamos aqui um texto em homenagem a esta grande psicanalista, escrito pelos integrantes do Grupo Pensamento de Melanie Klein da SBPRP.

Melanie Klein (imagem: reprodução)

Em 1912 Klein iniciou sua análise com Sandor Ferenczi, em Budapeste, prosseguindo até 1919. Depois mudou-se para Berlim para análise com Abraham.

Já em 1919 foi admitida como membro da Sociedade Húngara de Psicanálise, com a apresentação de seu primeiro caso de análise de criança, cujo relato fora incentivada a fazê-lo por Ferenczi.

Em 1922 tornou-se membro da Sociedade Psicanalítica de Berlim e em 1923 membro efetivo.

Em 1925 fez conferências em Londres sobre a psicanálise da criança, deixando uma profunda impressão sobre a técnica do jogo, criada por ela, passando a partir de então a exercer uma influência dominante na Sociedade Britânica de Psicanálise, evidentemente, não sem conflito, dada a originalidade de sua proposta.

Sem formação universitária, foi uma analista extremamente sensível, intuitiva e criativa. Seus trabalhos com crianças são um marco na Psicanálise.

Suas descobertas realizadas através de aguda observação, intuição e conhecimento adquirido em suas análises pessoais, promoveram um vértice de pensamento psicanalítico tendo como seguidoras da chamada escola kleiniana nomes como Hanna Segal, Paula Heimann, Susan Isaacs, Joan Riviere, Betty Joseph, e Elizabeth Spillius.

Esse vértice de pensamento abriu o caminho de desenvolvimento da clínica infantil, das psicoses, do autismo, da esquizofrenia, desenvolvida por autores que lhe seguiram.

Relações objetais, fantasia inconsciente, voracidade, inveja, gratidão, solidão são conceitos psicanalíticos gestados por Melanie Klein ao longo de toda sua extensa obra, com notável ressonância nos meios psicanalíticos.

Dois dentre os conceitos fundamentais criados por ela, a saber, identificação projetiva e posições esquizoparanóide e depressiva, também se consagraram e foram minuciosamente explorados por um de seus mais expressivos analisandos, o psicanalista Wilfred Bion, que os ampliou.

Melanie Klein morreu em setembro de 1960, aos 78 anos, deixando um legado valioso para a Psicanálise, e a força desta tradição viva continua sustentando, com vigor, as observações clínicas da atualidade.

Grupo Pensamento de Melanie Klein da SBPRP