No dia 23 de junho será realizada a palestra “A Disposição para o Assombro”, com Leopold Nosek, analista didata da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo (SBPSP).
> Inscreva-se pelo link: http://www.sbprp.org.br/site/eventos_show.php?id=52

Nosek é autor do livro “A Disposição para o Assombro”. Portanto, trazemos alguns trechos deste livro, para que vocês se inspirem e para que possamos estimular sua curiosidade em participar do evento conosco:
- 1. “Penso que assombro e infinito são os pilares da ética a ser exercida na clínica psicanalítica, e são eles também que dão um caráter sublime ao estético quando, diante do infinito, o espírito se move e num instante de fulguração tem uma parcial revelação do sentido”. – Quarta capa
- 2. “A Psicanálise se alimenta de narrativas. Herdeira do patrimônio cultural da humanidade, cria uma nova narrativa, com a qual retorna à cultura. A partir daí, nada lhe escapa: é uma interlocutora onipresente.” – p. 262.
- 3. “Minha paixão pela aventura psicanalítica poderá talvez ser encontrada nestas páginas (…) Deixo em aberto a ideia, ou o desejo, de ter sido capaz de me movimentar no “modo fértil”, como costumamos dizer em psicanálise quando nos referimos ao modo da construção do pensamento. Nesse modo da sexualidade, mais uma vez o assombro e o susto. Seja como for, espero que meu eventual leitor possa experimentar algo do prazer que acompanha inevitavelmente o espírito quando este, num átimo, tem um vislumbre da liberdade.” – p. XVIII.
- 4. “Veja, nós falamos do novo o tempo todo, mas se não dizemos que o novo aterroriza não estamos sendo mais do que charlatães. O novo não é o que queremos, nós queremos naturalmente o velho. O que nos empurra em direção ao novo são as contradições e os conflitos que tornam insuportável uma situação. Outra coisa defensiva é transformar a psicanálise numa profissão meio santa, num sacerdócio. Nós lidamos com a sexualidade, mas ela assombra a todos nós.” – p. 330.
- 5. “Classicamente, a psicanálise propõe os sonhos como uma totalidade cujo sentido é passível de apreensão. No interior da metáfora que os recobre, uma verdade que nos habituamos a desvendar. O desafio permanente que enfrentamos no cotidiano da clínica é, a meu ver, abrir mão de repousar no sentido para acolher o caos de que são feitos os sonhos.” – p. 66.
- 6. “O inconsciente é infinito. Na clínica, encarnado em cada sujeito que se põe diante de nós, ele nos força cotidianamente a tomar posição: ou o acolho tal como é – outro, eterno estrangeiro – ou cometo a violência de assimilá-lo a mim. Ou permito que sua perene alteridade me choque, que me traumatize a cada vez, ou repouso na ilusão de que a desvendei.” – p.83.
- 7. “A forma musical se produz com base em decisões sobre a relação entre razão e natureza – ou seja, como mimese das leis naturais, ou como plano autônomo do que se afirma contra toda ilusão de naturalidade – e com base nos modos de apreensão intuitiva de espaço e tempo. A música refletirá o estatuto do sujeito e seu modo de pensar. Refletirá também a relação entre o que produz o estímulo e quem o recebe – embrionariamente, ela problematiza as formas de relação. Acredito que essa compreensão autoriza a tentativa de usar a música para metaforizar e alegorizar o método psicanalítico e, assim, esboçar um “modelo musical” para nossa escuta.” – p.71.
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