No dia 13 de abril, daremos continuidade ao Terças na Sociedade! Desta vez o encontro on-line trás a palestrante Josiane Barbosa Oliveira, membro associado da SBPRP, falando sobre o tema “Mulher, negra, pioneira da Psicanálise no Brasil: Vírginia Bicudo, desbravadora de fronteiras”. Contamos com a presença de todos!

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Um passo à frente: Vem aí Virgínia Bicudo

por Josiane Barbosa Oliveira

Virgínia Leone Bicudo é um nome significativo na história da Psicanálise do Brasil, com toda uma contribuição original e pioneira na construção de sociedades psicanalíticas.

Educadora sanitária, visitadora psiquiátrica, socióloga, professora universitária, divulgadora científica, a psicanalista Virgínia movimentou-se de forma ágil pela cena sociopolítica e cultural do século passado trazendo à tona questões fundamentais às discussões pertinentes à implantação de uma psicanálise em nosso peculiar território nacional.

Acompanhar a linha da vida dessa mulher admirável é constatar a inquietude de uma ser que busca, permanentemente, um melhor estar científico, um melhor estar institucional, um melhor estar social. Virgínia rompe barreiras com um conhecimento multidisciplinar e agregador, completa a formação de São Paulo com estudos em Londres e semeia em Brasília uma sociedade de Psicanálise que é hoje vibrante.

Um aspecto de sua identidade tem sido destacado nas últimas referências sobre ela: a sua negritude. A racialização é uma possibilidade mais recente na cultura Brasileira. Mostrar os negros que alcançam uma certa notoriedade tem sido uma forma de marcar a escassez de representatividade dessa etnia.

No olhar mais apurado vemos que Virgínia Leone sempre se debruçou sobre a importância das desigualdades sociais sobre a estruturação das camadas populares, notadamente negras. Consciente de suas raízes, elaborou textos profundos que hoje, lidos à luz das mais recentes discussões sobre “identidade Negra” soam precursores, vanguardistas e orientadores de tendências.

Na terça-feira dia 13 de abril vamos conversar sobre estas inquietações virginianas. A caixa de tesouro de seus pensamentos será aberta com todo o respeito, admiração e “espantos” que esta pessoa ímpar merece de nossos estudos psicanalíticos.