texto por Alessandra Stocche, membro associado da SBPRP

Na V Bienal: (Im)permeáveis fronteiras, 9 e 10 de abril de 2021, acontecerá a quarta parte de sua programação. Na sexta feira dia 9 de abril, às 19h30, a mesa será composta pelas convidadas Maria Vilani e Jacira Roque de Oliveira, trazendo o tema “Diálogos poéticos nas fronteiras: a potência da arte”.

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Para melhor conhecê-las, Maria Vilani é filósofa, professora, poeta e ativista cultural e Jacira Roque de Oliveira é detentora de tecnologias ancestrais, escritora, filha de iansã e artista plástica. Ambas trabalham em seus espaços, promovendo inclusão social, por meio da experiência estética. Maria Vilani é mãe do Criolo reconhecido artista brasileiro, e Jacira Roque de Oliveira é mãe do Emicida e do Evandro Fióti, ambos também com alta representação no cenário nacional.

Em contato anterior, no momento do convite à Maria Vilani, ela nos disse que o estado de sofrimento permeia toda a existência, principalmente para quem convive em um espaço onde as fronteiras são proibidas, mas que o fato de poder criar é uma resistência que leva à transformação. Segundo ela, criar é 25% inspiração e 75% transpiração… Criar é choro, é ranger de dentes; o sofrimento nunca se esgota, pois depende dele ou da lembrança dele para continuar em movimento.

Nessa mesma linha de emoção, Jacira afirma que, quando olha para sua história e para a história das pessoas de sua origem, enxerga que os caminhos foram diferentes. Sua mãe achava que livro era perda de tempo; Jacira nunca tivera livros, somente alguns gibis, mas não tinha luz para leitura. O primeiro propósito que encontrou para mudar seu caminho foi através das plantas em que viu a fragilidade e a força que precisaria ter. Foi aprendendo a lidar com as próprias limitações, superando-as. Ela tem uma voz interior que a acompanha e que diz assim: Ponha fé e caminha. Toda vez que você não souber para onde ir, ponha os dois pés no chão e é dali que você parte.

Espero que consigam sentir um pouco da emoção que sentimos ao viver essa experiência, nessa entrevista em São Paulo. Que tenhamos uma Bienal inspiradora para fronteiras permeáveis.