A Diretoria de Publicações da Sociedade Brasileira de Psicanálise de Ribeirão Preto ganhou um importante membro em sua comissão de Produção de conteúdo: Gislene Andrade Santos.
Estaremos eu, Sônia Maria Nogueira de Godoy e Gislene, a partir de agora, trazendo textos inspirados em datas significativas para toda a nossa sociedade.
Com alegria, oferecemos o início desse novo projeto: “AFETOS: PASTOREIROS DE ALMAS”.Em nosso primeiro post, abrindo com chave de ouro, temos Ana Regina Morandini

Em nosso primeiro post, abrindo com chave de ouro, temos Ana Regina Morandini

Caldeira, com “Sobre colos”, onde comemoramos o Dia das Mães.
Sobre colos
por Ana Regina Morandini Caldeira
Ouvimos e já nos emocionamos muito com Renato Russo, ao cantar assim: “Estou com medo. Tive um pesadelo. Posso dormir aqui com você?” Parafraseando um filho a pedir colo.
Que aconchego é esse solicitado, para que os bons sonhos possam se aproximar?
Estamos nos avizinhando ao Dia das Mães e a psicanálise nos remete, com frequência, a esta função tão nobre. Nos conta sobre a gênese do nascimento a partir de experiências emocionais compartilhadas, através das rêveries compostas por uma dupla criativa. Estaríamos falando sobre a função materna possível, que compõe um sonhar a dois “que explica a fúria do mundo” e acaba por dizer “porque o céu é azul”?
Mas quando o céu é azul? Seria quando uma mãe gera um filho, e vice-versa?
Ao longo de sua trajetória, a psicanálise percorreu espectros que inspiraram nosso pensar sobre este tema, desde as ‘mães mortas’ ou depressivas e ausentes, passando pelos ‘seios maus e bons’ a partir da visão inicial de um bebê, e chegando até as ‘mães suficientemente boas’, presentes com seus recursos e limitações, em condição fundamentalmente humana.
Trilhou um caminho a nos mostrar, enquanto ‘mães-pais-analistas’ que somos, o quanto é possível o uso da maternagem para acolher e desintoxicar os componentes mentais mais indigestos e assustadores, dando-lhes significados passíveis de sonhos.
Aqui vai a nossa homenagem para todas as ‘mães’ que oferecem suas almas enquanto úteros à gerar vida, e consagram o encontro de cada sujeito consigo mesmo. Cuja relação fecunda, acaba por acalantar e dizer “dorme agora, é só o vento lá fora”.
*Os trechos entre aspas em itálico dizem respeito a música ‘Pais e filhos’, do Legião Urbana (1989)
Deixe um comentário